Uma constatação a que se pode chegar é que o trabalho com a leitura literária faz parte do planejamento do educador de Língua Portuguesa. São quatro bimestres em que exatamente quatro livros terão de ser explorados. Sem dúvida, trata-se de um cumprimento de todo um programa de curso, o qual, “teoricamente”, deve ser rigorosamente cumprido. Entretanto, resta-nos questionar acerca da forma pela qual esse trabalho vem sendo desenvolvido, ou seja, o ponto crucial que fundamenta tal questionamento se resume no fato de que se essa Literatura, tomada, concebida como instrumento de reflexão, está sendo manifestada tal como deveria.
O contexto aqui apontado nos remete e, sobretudo, instiga-nos a levantar algumas questões de cunho relevante, nas quais a principal delas resulta no fato de que a leitura literária, em vez de cumprir o verdadeiro papel que a ela se destina, apresenta-se, não raras as vezes, como mero instrumento, como simples artifício em que o trabalho por meio dela realizado se resume apenas a “obtenção de nota”. Assim, de forma notória, a concepção parece estar escancarada na mente de todo o público leitor, assim de uma maneira bem simples: “ler por ler”. Os resumos no final da obra? Ah! Por que não? Se essa é uma forma, como literalmente dizendo, mais resumida, mais fácil de resolver os tantos entraves, as muitas obrigações que porventura acabam norteando o cotidiano de muitos dos estudantes.
De forma inquestionável, constata-se uma situação vivenciada e que, necessariamente, precisa ser tão logo transformada, ainda que para isso o educador tenha de buscar na criatividade de que dispõe os muitos caminhos a serem trilhados, cujo intento se resume na tão sonhada conquista daquilo que realmente se espera. Nesse sentido, partindo de tais premissas, o artigo em pauta resulta exatamente de uma busca incessante pela transformação desse cenário até então descrito. Assim, como uma espécie de contribuição, mesmo que um tanto quanto singela, ocupemo-nos em preparar para você, caro (a) educador (a), tendo como base a leitura da obra de Fernando Carraro, intitulada “Um mundo melhor para todos”, algumas estratégias metodológicas que, porventura, proporcionarão a você os passos necessários para o desenvolvimento de um trabalho frutífero e proveitoso.
Obviamente que, depois de uma leitura atenciosa, algumas questões tendem a despertar a força argumentativa dos educandos, cujas propostas englobam, sobretudo, alguns valores, significativamente deixados em segundo plano nos dias atuais. Ei-las, portanto:
1 - Ao lermos uma determinada obra literária, além de nos atentarmos ao enredo (história) propriamente dito, temos de estar cientes no que se refere a outros aspectos. Dessa forma, cite:
- Título da obra;
- Nome completo do autor;
- Nome completo do (a) ilustrador (a);
- Nome da editora;
- Número da edição;
- Local onde o livro foi publicado;
- Ano em que a obra foi publicada.
Agora que esses dados estão completos, faça um breve resumo da biografia do autor – Fernando Carraro.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
2 -Isabela, a narradora-personagem, toma consciência de um problema preocupante: a perda do emprego do pai dela. Assim, ao chegar à escola, comunicou o fato aos colegas, os quais se mostraram bastante solidários. Daí, na aula de Matemática, ela apresentou uma ideia muito interessante para o projeto Economia e Vida. Que ideia foi essa? O que você achou da decisão da garota?
3 –Imagine que você estivesse vivenciando a mesma situação de Isabela, ou seja, o seu pai também acabara de perder o emprego. O que você faria? Ficaria desesperado (a) ou daria força, ânimo para ele vencer mais essa batalha? Por quê?
4 –Pessoas como a Irmã Dulce contribuem de forma significativa para a construção de um mundo melhor para todos, como bem expressa o título do livro. A exemplo dela, a turma da qual Isabela faz parte resolveu se unir e criar uma ONG (Organização Não Governamental). E você, o que acha do trabalho voluntário que as pessoas realizam por aí? Seria capaz de realizar um também? Por quê?
5 –Na escola onde Isabela estuda seguia adiante o projeto Economia e Vida. Assim, o capítulo 5 aborda sobre dois temas muito importantes: o consumo e o consumismo. De acordo com a sua opinião, qual a diferença que há entre eles? Por que você acha que as pessoas hoje estão consumindo mais do que necessitam? Qual a sua opinião sobre esse fato?
6 -Um dos temas abordados na história refere-se ao trabalho infantil. Dessa forma, no capítulo 6, Nicole revela a opinião dela sobre o assunto dizendo, entre outras coisas, que “as crianças que trabalham não têm tempo nem condições de frequentar a escola ou mesmo de brincar”. Como você sabe, precisamos dar valor a tudo que temos, assim, como você se sente ao ver que sua situação é diferente dessas crianças?
7 –O capítulo 8 trata de outro assunto, também bastante importante. Qual é esse assunto? Se todos nós devemos fazer a nossa parte, o que você tem feito?
8 -Durante a conversa que Rafael teve com o pai dele, houve um momento em que ele (Rafael) falou dos trabalhadores invisíveis, considerados como sombras pelos próprios patrões e até mesmo por parte de algumas pessoas. Cite exemplos desses trabalhadores e, ao mesmo tempo, dê sua opinião sobre esse fato.
9 –No capítulo intitulado “O testemunho” ocorre um acontecimento que, com certeza, chama-nos a atenção. Assim, o que de fato ocorreu? O que você achou do acontecimento e por quê?
10 –O livro possui um título que nos convida a refletirmos sobre o nosso papel na sociedade: a construção de um mundo melhor para todos. O que você tem feito para que isso realmente aconteça? (Lembre-se das suas ações, pois isso irá facilitar sua resposta.)
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras