Whatsapp
Novo canal do Brasil Escola no
WhatsApp!
Siga agora!

O modo imperativo presente nos diferentes gêneros

Compreender acerca do sentido expresso pelo modo imperativo é fundamental para o aprendizado, haja vista que tal modo está presente nos diferentes gêneros.
Faz-se necessário compreender o sentido expresso pelo modo imperativo, dada a recorrência nos diferentes gêneros
Faz-se necessário compreender o sentido expresso pelo modo imperativo, dada a recorrência nos diferentes gêneros
Imprimir
Texto:
A+
A-

PUBLICIDADE

Em nada resulta aprender os tempos e modos verbais com base nas técnicas de memorização, pois é preciso, antes de tudo, compreender o sentido que eles representam. É necessário entender também que tais modos representam certeza, dúvida, possibilidade e ordem. Tais conceitos parecem insuficientes quando o assunto se trata de algo tão complexo, vasto, importante e, acima de tudo, necessário – o modo imperativo, por exemplo. Assim, desde os mais tenros aprendizados faz-se necessário que o educador se preste ao exercício de conscientizar seu público de tal importância, pois, agindo assim, todos assimilarão conceitos não efêmeros, mas duradouros, concretos.

Um dos passos denotadores de eficácia é contextualizar o ensino às situações vivenciadas no dia a dia dos aprendizes, ou seja, tornar prático tudo aquilo que se assimila dentro do ambiente de sala de aula. Dessa forma, a ocorrência linguística da vez se encontra representada no modo imperativo, uma vez que faz parte de muitas situações comunicativas das quais fazemos uso, cotidianamente. 

Situemo-nos, portanto, no ensino destinado às séries iniciais, mais precisamente o 6º ano do ensino fundamental. Ora, trata-se de um “elenco” ainda em processo de formação, ou seja, os benefícios ou os resultados negativos dependerão única e exclusivamente da abordagem impressa nos procedimentos metodológicos à turma aplicados. Nesse sentido, voltando a questões já mencionadas, é preciso ir muito além da simples noção de que tal tempo revela somente a ideia de ordem. Para tanto, analisar a materialidade de sua existência representa fator preponderante.

Sugere-se que os educandos comecem a analisar com mais atenção os gêneros textuais de cunhos persuasivo e instrucional, como, por exemplo, aquela porção de outdoors espalhados aos quatro cantos da cidade, aquela receita culinária que tanto nos auxilia no preparo de um prato saboroso, aquele manual de instrução que nos serve de subsídio às nossas dúvidas ao manusearmos um aparelho eletrônico, enfim, até mesmo aquela bula de remédio que, por precaução, recorremo-nos algumas vezes. Outra questão posta em xeque: fazê-los descobrir qual a finalidade retratada pela mensagem, pelo discurso, nesses diferentes gêneros.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Posicionamentos firmados por todos, eis o momento propício para elencá-los – e por que não promover um debate de ideias, no sentido de captar as impressões deixadas mediante a análise realizada?

Sim, pode ser que depois de haver compreendido acerca da ideia proposta pelo modo verbal em questão, os alunos se mostrem confusos quanto à formação desse. Assim, nada de ensino mecanizado, haja vista que o ideal é explicar compassadamente, pontuando sobre como se originam as flexões atribuídas às distintas pessoas gramaticais. De forma sugestiva, esquematizar tal processo no quadro-negro pode ser um dos caminhos, tendo como base o verbo “colocar”, ora exemplificado abaixo:

O modo imperativo resulta do presente do indicativo e do presente do subjuntivo
O modo imperativo resulta do presente do indicativo e do presente do subjuntivo

Após todas as explicações, o educador pode levantar o seguinte questionamento: se temos a noção de que o imperativo indica ordem, seria essa forma verbal autoritária? Caso sim, o autoritarismo é bem-vindo nas nossas relações interpessoais? Esse é um bom momento para reforçar o trabalho com valores humanos. Diante de tal perspectiva, torna-se altamente proveitoso que o educador aproveite para ressaltar que, dependendo da situação comunicativa, o uso dessa forma pode resultar num deselegante discurso, como em situações como estas:

Dê-me licença! / Faça silêncio/ Aguarde na fila...

No sentido de atenuar a noção de ordem, é importante que o educador retrate a importância do uso dos chamados modalizadores do discurso, ora expressos por:

Por favor, aguarde na fila!
Por gentileza, faça silêncio!
Tenha a bondade de me dar licença?

Por fim, explicar que não é preciso somente aprender acerca de boas maneiras, é necessário colocá-las em prática, sempre que necessário.


Por Vânia Duarte
Graduada em Letras