Historicamente, estamos acostumados a ver os estudantes a caminho da escola portando seus livros e cadernos. No entanto, com as novas tecnologias, é normal ver os alunos usarem alguns instrumentos modernos para auxiliar o processo de aprendizagem. É claro que isso é bastante controverso, pois os mais tradicionais defendem a metodologia clássica de educação: lápis, papel e lousa.
Mesmo assim, é comum encontrar escolas que desenvolvem métodos próprios com tecnologia dentro de seus planos pedagógicos. Uma das últimas novidades é a criação de aplicativos para dispositivos móveis que colocam professores e alunos em um mesmo ambiente virtual. A plataforma LMS, sigla em inglês para Sistema de Gestão de Aprendizagem, por exemplo, é utilizada em algumas escolas.
Segundo os profissionais que já utilizam esse sistema, as vantagens são várias, pois o aluno tem sempre em mãos uma ferramenta que possibilita conhecer as atividades que devem ser entregues e até mesmo estudar acessando provas anteriores de dada disciplina.
Para o professor Júlio Ribeiro, que coordena a área de Tecnologia Educacional da Escola Móbile, em São Paulo, esses ambientes virtuais funcionam como uma expansão da sala de aula, pois “os professores publicam conteúdo, agendam provas e lições de casa e interagem com alunos de outras maneiras, como fóruns e debates”.
Ainda de acordo com o professor, a finalidade de um projeto com essas tecnologias é ampliar as possibilidades de ensino sem substituir a área convencional da sala de aula. “Construindo um espaço virtual de aprendizagem complementar, é possível ampliar o repertório de nossos alunos”, completa o professor.
Implantação
O processo de implantação de um sistema como esse deve ser antecedido por uma fase de testes para verificar a usabilidade do sistema. De acordo com o Professor Júlio Ribeiro, foram necessários seis meses de avaliações até que a escola tivesse certeza de qual aplicativo seria usado e, a partir de então, começar a preparar os módulos que seriam usados dentro da ferramenta.
Houve também uma metodologia de preparação para os professores, conscientizando-os de que a plataforma era um facilitador do trabalho, e não uma função a mais. “No primeiro ano, o trabalho foi maior porque era necessário criar o curso na ferramenta. Porém, nos anos seguintes, todo o conteúdo foi mantido, cabendo ao educador apenas lapidar ou criar módulos”, explica o professor sobre a preparação das disciplinas no aplicativo.
*Imagem cedida pela Escola Móbile
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Personalização
Sem dúvidas, o fato de usar tablets, notebooks e smartphones no ambiente escolar pode tornar os estudos mais atraentes e agradáveis, no entanto, os cuidados para que a tecnologia não seja objeto de distração precisam ser tomados. “É preciso preparar e aplicar uma sequência didática que seja coerente, que exija a participação efetiva e um protagonismo do aluno”, alerta o professor Wilton Ormundo, diretor-geral do ensino médio da Escola Móbile.
Além disso, o perfil dos alunos permite aos analistas de Tecnologia da Informação (TI) adaptarem as ferramentas à rotina da escola. Assim, as especificidades de cada disciplina e turma são atendidas, facilitando a operacionalidade do aplicativo, tornando-o mais atraente. As estatísticas também são usadas pelos professores, pois é possível saber em quais questões os alunos tiveram maior dificuldade, direcionando as aulas para sanar as dúvidas mais comuns.
Outro fator positivo no uso da ferramenta é o diálogo entre os usuários. “O aplicativo permite que eu tenha um contato muito mais profundo com aquilo que estou aprendendo, além de possibilitar um diálogo rápido com os professores e com meus colegas sobre os temas estudados”, explica o jovem Pedro Carregã, aluno do ensino médio.
Além da Escola
O conteúdo disponibilizado nesses aplicativos educacionais oferece mais do que um ambiente de interação entre alunos e professores. Podem ainda ajudar nos estudos para vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O banco de materiais para estudos inclui fichas de exercícios, vídeos ilustrativos, textos e outras informações que são utilizadas na aula e também material extra que pode ajudar os alunos em outros estudos.
“Embora seu uso não se limite ao estudo para os vestibulares e para o Enem, o ambiente virtual auxilia e muito nesse sentido”, esclarece Pedro Carregã, que pretende entrar em uma universidade no próximo ano. “O aplicativo é abrangente e interessantes e permite que meu desempenho nas provas seja melhor”, justifica o estudante que acessa o programa pelo menos uma vez por dia.
Para o professor Júlio Ribeiro, “a adoção da plataforma educacional possibilita o uso de recursos didáticos variados que permitem uma participação ativa do aluno em seu processo de ensino-aprendizagem, tornando-o mais significativo e consistente”. Dessa forma, o uso de aplicativos educacionais pode ser mais uma ferramente para quem deseja estudar para o Enem utilizando a internet.