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O uso da calculadora no ensino de expressões numéricas

Uma sugestão de atividade para o uso da calculadora no ensino de expressões numéricas na segunda fase do ensino fundamental.
A calculadora não pode ser a única a conhecer os cálculos, mas sim uma ferramenta para agilizá-los
A calculadora não pode ser a única a conhecer os cálculos, mas sim uma ferramenta para agilizá-los
Crédito: Shutterstock
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O cálculo de expressões numéricas envolve quase todos os conhecimentos básicos sobre matemática aos quais os alunos já foram expostos. Nessa fase, os estudantes acabaram de aprender as operações básicas matemáticas e, assim, escola e professores acabam julgando que as expressões numéricas são uma boa oportunidade para exercitar esse conhecimento.

É claro, concordamos com essa conclusão, entretanto, acreditamos que alguns conteúdos são ensinados de forma muito rápida e podem gerar confusão na “cabeça” dos estudantes. Para o estudo das expressões numéricas, a calculadora, se bem utilizada, pode contribuir para que essa confusão não aconteça.

Breve discussão sobre o uso da calculadora

Por muitas vezes educadores se deparam com a seguinte situação: o aluno ainda está aprendendo a ordem correta de realização das operações matemáticas propostas nas expressões e vê a necessidade de realizar uma divisão que ainda não dominou totalmente. O estudante acaba perdendo tanto tempo nessa operação que, ao retornar, não se lembra mais das regras para solução das expressões.

Existem muitas saídas para contornar esse problema. Uma delas é introduzir o uso da calculadora até que os alunos tenham se habituado com as regras e ordenamento das expressões numéricas.

Claro, esse objeto deverá ser usado com muita responsabilidade para que não se torne necessária para os alunos. A calculadora deverá ser procurada para agilizar os cálculos e não para realizá-los por não saber como fazê-los. Isso poderá, em um primeiro momento, contribuir para que os estudantes não confundam as regras das operações matemáticas básicas com as regras de resolução das expressões numéricas.

Deixando de lado a discussão a respeito do uso de calculadora em sala de aula, acreditando no seu potencial para que, nos momentos iniciais, ajude a compreender as regras das expressões numéricas sem confundi-las com as regras das operações matemáticas básicas, sugerimos a seguinte atividade:

Gincana das expressões numéricas

Para a realização dessa atividade será necessária uma ou duas aulas de 50 minutos (se possível, realizar essa atividade no contraturno, em uma aula de reforço, ou em local apropriado). O material necessário será: calculadora, balões de festa, papel onde serão impressas ou escritas à mão algumas expressões numéricas, quadro e giz ou papel e caneta para anotações.

Preparação

Será necessário preparar os balões com antecedência: Escreva uma expressão numérica em um papel pequeno, enrole e dobre esse papel até que ele possa ser colocado dentro do balão. Encha o balão e amarre a boca. Deixe uma pequena porcentagem de balões sem expressões numéricas e guarde-os onde não estourem sozinhos. É bom colocar um pouco de farinha dentro dos balões para que os alunos não consigam ver quais os vazios e para tornar a brincadeira mais divertida.

Primeiro momento da atividade

A turma será separada em dois grupos e cada um deles escolherá um líder. Os líderes lançam sorte e enviam representantes para resolver as expressões numéricas, propostas pelo professor no quadro, usando a calculadora. Esse é o momento para compreender bem o funcionamento do objeto e explicar o modo correto de calcular essas expressões. Antes disso, é claro, deixe os alunos errarem, pois a maioria vai realizar os cálculos na mesma ordem em que se lê (da esquerda para a direita).

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Para tornar tudo mais interessante, o professor pode colocar a expressão numérica e a resposta final dela e pedir aos alunos que a resolvam usando somente a calculadora em dois momentos: antes e depois de explicar como calculá-las.

Certamente os estudantes errarão muito e concluirão que a calculadora, se usada de forma inadequada, mais atrapalhará.

Segundo momento da atividade

Esse momento é o de fazer uma brincadeira. Qualquer brincadeira que coloque os grupos em uma disputa e que elimine participantes dos grupos poderá ser utilizada. Por exemplo: Queimada, campeonato de dama etc. Nossa sugestão é fazer uma dança das cadeiras com alguns representantes de cada grupo.

Primeiramente, a atividade pode ser feita da seguinte maneira: Cada estudante que ficar em pé, em cada rodada da dança das cadeiras, estourará um balão e resolverá a expressão numérica encontrada. Caso acerte, dará um ponto para sua equipe e poderá escolher um colega que ainda não participou para entrar no jogo. Caso erre, não ganha o ponto, ninguém entra em jogo e aí sim é retirada uma cadeira.

Obviamente, os estudantes terão auxílio da calculadora para dinamizar a brincadeira.

Em um segundo momento, alguma das regras pode ser mudada para diminuir o número de alunos disputando, para dificultar as expressões numéricas ou mudar a contagem de pontos. Por exemplo, a brincadeira pode seguir normalmente e a equipe a qual pertence o último aluno ganha uma grande soma de pontos.

Os balões que não possuem expressões podem ser usados para tornar o jogo mais interessante: o aluno que o estourar pode ser banido, perder ponto automaticamente, ganhar pontos automaticamente, retornar ao jogo sem ganhar nada...

Terceiro momento da atividade

É chegada a hora de fazer os mesmos cálculos sem o uso da calculadora. Nesse momento sugerimos que os alunos retornem à sala de aula e, ainda em dois grupos, discutam todas as expressões numéricas tiradas por alguém de seu grupo e desenvolvam um documento contendo a solução completa de cada uma delas para entregar ao professor.

Avaliação

Para a dessa atividade, além do “documento” entregue pelos alunos com os cálculos e do fato de eles estarem corretos ou não, a participação e o engajamento dos alunos devem ser levados em consideração. Além disso, essa é uma boa oportunidade para o professor discutir questões relativas a trabalho em grupo, podendo levantar aspectos da liderança dos alunos escolhidos e o próprio engajamento e união da equipe na atividade.


Por Luiz Paulo Moreira
Graduado em Matemática