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Trabalhando reações orgânicas em sala de aula

Esta proposta de trabalho sobre reações orgânicas em sala de aula utiliza experimentos com materiais de baixo custo para promover o aprendizado desse tema da Química Orgânica.
O giz escolar pode ser usado no trabalho prático, em sala de aula, sobre reações orgânicas.
O giz escolar pode ser usado no trabalho prático, em sala de aula, sobre reações orgânicas.
Crédito: shutterstock
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Uma das grandes dificuldades dos docentes em Química é trabalhar alguns assuntos dessa ciência em sala de aula, por causa da subjetividade dos temas que requerem, muitas vezes, uma compreensão empírica.

Pensando nessa dificuldade e em dar à Química um caráter mais contextualizado, permitindo ao estudante uma compreensão prática da teoria apresentada, pensamos nesta proposta de trabalhos com reações orgânicas em sala de aula.

Em decorrência da dificuldade em encontrar muitos reagentes químicos no mercado e também pelo valor deles, que, muitas vezes, não condiz com a realidade da escola, nesta proposta sugerimos o uso de materiais de baixo custo.

Antes, porém, de aplicar cada trabalho sobre reações orgânicas, o educador deve desenvolver alguns conceitos teóricos em sala de aula, para que os alunos possam associá-los com a prática.

Proposta 1: Reação de oxidação

Nessa proposta, o educador poderá realizar, juntamente com os estudantes, uma reação de oxidação, por meio da simulação de um bafômetro.

Veja também: Atividade prática sobre oxidação de compostos orgânicos

1.1 Materiais necessários

  • 2 balões de festa

  • 2 pedaços de tubo de plástico transparente (com diâmetro de aproximadamente 1 cm)

  • 1 giz escolar branco

  • 2 rolhas

  • Algodão

  • Dicromato de potássio

  • Ácido sulfúrico a 20%

  • Etanol

  • Béquer ou copo de vidro.

1.2 Procedimentos

  • Quebre o giz em pedaços pequenos.

  • Coloque 50 mL da solução ácida no béquer.

  • Adicione cerca de um grama de dicromato de potássio na solução sulfúrica e misture-a.

  • Molhe os pedaços de giz com a mistura de ácido clorídrico com dicromato de potássio até que fiquem homogêneos e alaranjados.

  • Feche uma extremidade de cada tubo com uma rolha e, logo em seguida, coloque a mesma quantidade de giz nos dois tubos.

  • Tape as outras extremidades dos tubos com uma pequena quantidade de algodão.

  • Goteje etanol dentro de um dos balões.

  • Encha os balões por igual.

  • Conecte cada balão em um tubo.

  • Aguarde um minuto e observe o que aconteceu com os pedaços de giz.

1.3 Discussão

Na presença de dicromato de potássio e ácido sulfúrico, o etanol sofre uma reação de oxidação enérgica, levando à formação de etanal e ácido etanoico. Já o íon dicromato sofre uma redução, passando da cor alaranjada para esverdeada. Assim, no experimento descrito acima, o giz presente no tubo com balão molhado de etanol irá adquirir uma cor esverdeada. Já o giz do outro tubo permanecerá da cor alaranjada.

Proposta 2: Reação de adição

Nessa proposta, o educador poderá realizar, juntamente com os estudantes, uma reação de adição.

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2.1 Materiais necessários

  • 1 folha de papel sulfite, tamanho A4

  • Iodo sólido

  • Béquer

  • Pinça

  • Vela

  • 1 caixa de fósforos.

2.2 Procedimentos

  • Pressione um dedo em uma área específica da folha, a fim de deixar a digital impressa no papel.

  • Acenda a vela.

  • Segure o béquer pela borda, utilizando a pinça, e aqueça-o levemente.

  • Adicione alguns cristais de iodo no béquer aquecido e aguarde a saída de vapores.

  • Coloque a folha de papel sobre o béquer.

  • Aguarde 30 segundos, retire o papel. Observe e anote as ocorrências.

2.3 Discussão

Ao pressionarmos a folha de papel com o dedo, deixamos impressa nela nossa digital, a qual contém resíduos de gordura, suor, aminoácidos e proteínas. Quando o iodo é sublimado no interior do béquer, logo se encontra com essas substâncias.

Como a gordura apresenta ligações insaturadas, ocorre a quebra dessas ligações e, consequentemente, a adição de átomos de iodo na estrutura, o que modifica a coloração da região, que passa de incolor para acastanhada.

Proposta 3: Reação de polimerização

Nessa proposta, o educador poderá realizar, juntamente com os estudantes, uma reação de polimerização, por meio da produção da cola de caseína.

Veja também: Aplicação do tema polímeros em sala de aula

3.1 Materiais necessários

  • 2 béqueres de 200 mL

  • 1 proveta de 50 mL (para medir volumes)

  • 1 pipeta ou seringa descartável (para medir volumes menores)

  • 1 papel de filtro

  • 1 funil

  • 1 bastão de vidro

  • 1 jornal

  • Água

  • 50 mL de leite

  • 1 grama de bicarbonato de sódio

  • 30 mL de vinagre.

3.2 Procedimentos

  • Meça 50 mL de leite e coloque-o em um béquer.

  • Adicione 30 mL de vinagre ao leite e agite a mistura.

  • Ao observar que houve a separação da caseína (estará com um aspecto de queijo cremoso), coloque o papel filtro no funil e filtre a mistura de caseína e soro obtida (o soro será recolhido no segundo béquer).

  • Adicione todo o bicarbonato de sódio à massa de caseína e mexa até que fique homogênea.

  • Acrescente 15 mL de água e agite até que toda a massa seja dissolvida.

3.3- Discussão

A caseína é a principal proteína presente no leite. Quando está presente em um meio ácido, ela se precipita e separa-se do soro. Ao ser misturada com o bicarbonato de sódio, temos a formação do caseinato de sódio, uma substância polimérica que apresenta propriedade adesiva.


Por Me. Diogo Lopes Dias